*Por Leonardo Hermeto da Costa Mendes
O tema sustentabilidade é pauta de discussões em muitas áreas da economia, como no agronegócio, mercado de investimento, alimentação, beleza, varejo, entre outros. Isso porque antigamente o que era uma prática opcional para as empresas, hoje é considerada como uma questão mandatória, pois as pessoas, de uma forma geral, têm observado tal fato com bons olhos e tratado como um fator decisivo na hora de escolher uma marca e adquirir um produto ou serviço.
Isso tem ocorrido com muito mais força no setor varejista, especificamente nos shoppings centers, que representam um papel importante no mercado principalmente porque são responsáveis por 3% do PIB e registram mais de 490 milhões de visitantes, e os administradores sabem que essas questões são urgentes e trazem resultados importantes a curto, médio e longo prazo. Por isso, muitos deles já estão adotando práticas sustentáveis. É o que mostra o Relatório de Sustentabilidade feito pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), em 2019, onde 56% dos shoppings brasileiros realizam tratamento de água ou reutilizam água no dia a dia; 92% dos centros comerciais fazem coleta seletiva e 35% realizam logística reversa dos resíduos.
Outro insight importante do estudo aponta que 52% dos shoppings cuidam das áreas verdes internas ou externas e 43% investem em paisagismo. Isso proporciona melhor qualidade de vida para os frequentadores. Um dos destaques foi com relação ao uso consciente de energia elétrica, que registrou um aumento de 84% em comparação com o ano anterior. Isso porque esses estabelecimentos têm investido em iluminação natural; lâmpadas de led; controlado utilização de ar-condicionado e sensores de presença para luzes.
Analisando esses dados pudemos perceber que os shoppings centers já estão conscientes do seu papel na proteção do meio ambiente, mas em pleno século XXI há alguns pontos que eles devem se atentar para que “o tiro não saia pela culatra”.
Primeiro, o comprometimento com a causa não pode acontecer apenas da porta para fora, só para que a área de marketing possa divulgar em todos os canais de comunicação e manter uma aparência sustentável. Todas as ações traçadas devem ser colocadas em prática e as edificações precisam se adaptar à realidade, visando sempre atender as necessidades mais urgentes e atuais.
No século atual, por exemplo, as principais mudanças que necessitam ser feitas são com relação a construção de usinas para geração de energias limpas eólicas ou fotovoltaicas, estruturas para captar água da chuva e aproveitar a luz natural, o incentivo a meios de transportes mais sustentáveis, uso de telhado verde para controlar a umidade do ar e diminuir a poluição, coleta de lixo, entre outros.
Além disso, a aplicação de tecnologias também está cada vez mais presente nesse cenário. Hoje em dia, estão sendo criados recursos touchscreen, serviços high-techs, processos mais sustentáveis com menos impacto.
Diante desses insights, concluo que há uma gama enorme de possibilidades que podem ser aplicadas dentro dos shoppings. Mas, mais do que isso, temos que olhar para o setor varejista como um todo e adotar práticas em todas as suas ramificações para que realmente transformações aconteçam no meio ambiente na prática. Fique atento às mudanças que vão acontecer nos próximos anos!
*Leonardo Hermeto da Costa Mendes é Head da unidade de negócio shopping da Group Software, desenvolvedora de sistemas para gestão de propriedades.