Para promover a reflexão sobre os desafios enfrentados na construção de uma sociedade com igualdade racial, no mês da Consciência Negra, o RioMar e o Instituto JCPM de Compromisso Social (IJCPM) levam para o Recife a fundadora do Movimento Black Money, Nina Silva. Considerada a Mulher Mais Disruptiva do Mundo pela Women in Tech Global Awards 2021, a afroempreendedora participará, no próximo dia 17/11, às 18h, do encontro que marca a abertura da 1ª Expo Preta. Dedicada a incentivar o potencial criativo e fortalecer a representatividade de empreendedores negros e negras no espaço do shopping, a mostra segue até o dia 20/11, no piso L3 do mall, com 18 estandes de produtos e serviços, além de painéis de conteúdo e atrações culturais.
Um dos objetivos da Expo Preta, o estímulo ao empoderamento através da autonomia financeira também está na base da inspiradora plataforma criada por Nina Silva. O Movimento Black Money conecta afroempreendedores e consumidores negros, promovendo a circulação de recursos monetários dentro da própria comunidade e entre pessoas e empresas comprometidas com a diversidade.
A iniciativa nasceu da necessidade de contrapor, com inovação, as limitações impostas pelo preconceito. “Apesar de representarem 56% da população brasileira, 53% dos empreendedores e consumirem cerca de R$ 1,8 trilhão ao ano, negras e negros ainda estão longe dos espaços de poder e recebem salários mais baixos”, destaca Nina, que sentiu na pele as desigualdades de raça e gênero, apesar do currículo repleto de qualificações e da experiência em liderar grandes equipes em multinacionais do setor de tecnologia.
Advogada e sócia-fundadora da Banca Azevêdo e Alves (especializada em Compliance Antidiscriminatório e Due Diligence em Direitos Humanos), mestra em direito, professora de direito constitucional e secretária adjunta da OAB/PE, Manoela faz da educação antirracista, seja nas empresas, seja na universidade ou nas instituições em que atua, uma ferramenta de transformação social. “Não há como se falar em democracia sem uma perspectiva interseccional de equidade de gênero e raça, pois só podemos atingir a plena eficácia dos direitos fundamentais quando a mulher negra tiver lugar nos espaços de poder e saber”, afirma.
A Expo Preta é fruto do reconhecimento do potencial afroempreendedor existente nas comunidades do Pina, Brasília Teimosa e Ilha de Deus, no entorno do shopping, onde o RioMar e IJCPM atuam. O Instituto atua há mais de 10 anos, investindo nas juventudes e auxiliando no processo de desenvolvimento sustentável dos territórios. “Sabemos que ainda há muito a ser construído, mas temos buscado delinear esse caminho de futuro junto à sociedade e às comunidades. Em diversas frentes, estamos trabalhando no sentido de fazer as comunidades se integrarem mais ao empreendimento, como protagonistas também do negócio, e estimulando outras alternativas de criação e ocupação, para além do emprego e das atividades do IJCPM. A Expo chega neste momento estratégico. Nem começa nem termina aqui”, destaca a gerente de Desenvolvimento Social do Grupo JCPM, Juliana Martorelli, já prevendo a expansão do modelo para outras cidades e o crescimento da iniciativa nos próximos anos.